" Eugénio Roda toma as palavras como meio de comunicação mas valoriza-as como matéria de trabalho criativo. Privilegia as funções lúdica e poética da linguagem, elaborando narrativas para a infância de todas as idades. Num registo contemporâneo e multifacetado, explora jogos de linguagem, artifícios retóricos, expressões populares, etc, numa produção sensível à tradição oral. Recorrendo, entre outras estratégias, à ambiguidade, ao trocadilho, ao non-sense, as suas histórias convidam a ler e a re-ler: estimulam particularmente a liberdade de leitura e a multiplicidade de interpretações, aumentando as potencialidades de diálogo junto dos leitores."
Livro-agenda com 54 ilustradores de diferentes nacionalidades + texto de Eugénio Roda
em português e inglês, tradução de Ana Saldanha, Edições Eterogémeas, 2009 (Colecção Desafios)
Com ilustração de Gémeo Luís, Edições Eterogémeas, 2009.
Trilingue [versão inglesa: Ana Saldanha; versão francesa: Anne Wermeille]
Nomeado pela Sociedade Portuguesa de Autores para o Prémio Melhor Livro Infantil 2009
La mer ne sait pas où elle est mais nous savons tous où le trouver.
Il y a longtemps, très longtemps, la mer s´étendait où finalement les montagnes sont restées.
Peut-être est-ce pour cela que même loin de la mer, on peut la voir.
Ce qui n´est pas difficile de prouver. Allons-nous voir?
O mar não sabe onde está mas todos sabemos onde o encontrar.
Há muito, muito tempo, o mar andou por onde as montanhas acabaram por ficar.
Talvez, por isso, quem está longe do mar o possa ver. O que não é difícil de provar. Vamos ver?
The sea doesn´t know where it is but we all know where to find it.
A long, long time ago, the sea was where the mountains are now.
Maybe that´s why even if you´re far from the sea you can still see it. Thats not difficult to prove. Shall we see?
Na montanha mais distante que possa existir, aonde só o vento nos pode levar...
Uma gota de água foi cair no menino mais menino que se possa imaginar.
Mas, de onde vinha aquela gota de água, se não havia nuvens de chover?
ER
(...) Em Azul Blue Bleu, esta dupla de criadores constrói uma obra a partir desta universal e produtiva imagem do mar, explorando as potencialidades visuais, semânticas e mágicas deste elemento. A narrativa dá conta de como uma única gota daquele líquido, subitamente transformada numa espécie de poção mágica, permite viagens extraordinárias que combinam sonhos, fantasias e receios de uma criança. Surpreendido com a descoberta de uma gota de água no seu nariz, o herói menino enceta um mergulho nesse elemento, vivendo invulgares peripécias (...).
Ana Margarida Ramos
Com ilustração de Gémeo Luís, Edições Eterogémeas, 2009
Trilingue [versão francesa: Anne Wermeille;versão inglesa: Ana Saldanha]
1º prémio no 15º Concurso Internacional de Ilustração, Chioggia, Veneza, 2008
Durante muito tempo pensou-se que a Terra não era redonda. Todos andaram redondamente enganados...
Durant longtemps on a pensé que la Terre n´était pas ronde. Tout le monde s´était rondement trompé...
For a long, long time, everybody thought that the Earth wasn´t round. Everybody was squarely wrong...
Cada vez aconteciam mais coisas no mundo.
Às vezes nem se sabia muito bem o quê, nem porquê, nem para quê.
Mas toda a gente continuava a fazer apenas o que sabia fazer: Ser e acontecer.
ER
IRMÃ(O)
Com ilustração de Cristina Valadas, Edições Gémeo, Porto, 2008.
Português + mirandês [Amadeu Fereira]
encomendas em www.edicoesgemeo.com folhear em http://www.catalivros.org/
Todos os filhos são únicos: isto vê-se melhor quando nasce o segundo, o terceiro. As irmãs que ainda não o são fazem tudo para ter irmãos. E não largam mão da teimosia. Quando somos crianças flutuamos no tempo, no espaço, nas histórias, não nos passa pela cabeça o que disso iremos recordar. Depois a nostalgia, o humor, a saudade, dão-nos uma dimensão diferente das coisas vividas. Se antes vivemos dos sentidos, depois sobrevivemos no sentido. Seja lá ele qual for.
Pelo caminho, ensinei-o a contar passos sem saber os números.
Ele ensinou-me a contar histórisas sem saber as letras.
ER
Pul camino, ansinei-le a cuntar ls passos sien saber ls númaros.
El ansinou-me a cuntar cuontas sien saber las letras.
AMADEU FERREIRA
Tomando como mote poético a relação entre irmãos, caracterizada por várias contradições, o texto recria o singular universo afectivo fraternal, explicitando os laços que unem os irmãos e a forma como, no meio das divergências, descobrem formas de crescer em conjunto, dando especial sentido à vida do outro. No registo poético a que já nos habituou (lembre-se que Eugénio Roda é autor, entre outros, de O Piano de Cauda e O Quê Que Quem), o autor brinca com as palavras e com os conceitos, propondo novas formas de ver o mundo e de aproximação dos irmãos que protagonizam a narrativa. As ilustrações de Cristina Valadas, num registo em que cruza o desenho com a pintura, são realizadas sobre um papel texturado, o que lhes configura uma especial expressividade. A recriação das duas personagens e a forma como, com recurso às imagens, elas interagem durante toda a publicação, apresenta semelhanças com uma espécie de dança de afectos. O mesmo acontece com a opção pela inclusão do mirandês, uma vez que o livro é bilingue, promovendo, também aqui, o diálogo entre as duas línguas irmãs, as duas oficiais do território português.
Casa da Leitura
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O GUARDA-RIOS
Com ilustrações de Cristina Valadas, Delegação Norte do Ministério da Cultura/Gailivro, 2007.
Como apareceu o vinho? Como apareceu a vinha?
Astro- rei beijava terra azul com luz ao acordar,
Mimava-a com o calor dos seus olhos brilhantes.
Abraçava-a com os seus braços- labareda.
ER
Este é um dos oito volumes que integram a colecção nascida do projecto Pintar o Verde com Letras, uma iniciativa da responsabilidade da Direcção Regional de Cultura do Norte, que propôs a um conjunto de escritores e de ilustradores uma associação artística em torno da criação de histórias inspiradas em algumas das áreas protegidas da zona norte do país. Neste volume, o trabalho de parceria de Eugénio Roda e de Cristina Valadas teve como ponto de partida o Douro. Escrito numa prosa muito próxima da poética e num registo sensorial, pontuado não raras vezes, pela sinestesia, pela metáfora, pela antítese e pelos jogos fonéticos e semânticos, este livro convida a uma viagem na natureza. A ficcionalização e a recriação pictórica das paisagens, das cores, dos cheiros e dos ruídos do Douro deram, assim, origem a um atraente objecto estético.
Casa da Leitura
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ERVA-PALAVRA
Com ilustrações de Gémeo Luis, Delegação Norte do Ministério da Cultura/Gailivro, 2007.
Português + um conto mudado para mirandês por Amadeu Ferreira.
Um livro fechado para quem quiser abrir.
Um livro aberto para quem quiser ler.
Um livro lido para quem quiser contar.
Um livro contado para quem quiser ouvir.
Um livro ouvido para quem quiser adormecer.
Um livro adormecido para quem quiser sonhar.
Um livro sonhado para quem quiser viver.
Excerto
Resultante do projecto “Pintar o Verde com Letras”, uma iniciativa da Direcção Regional de Cultura do Norte, este volume – parte-integrante de um conjunto de oito – é um hino à natureza e à poesia que desta emana. Pautado pela novidade linguística e por um sensorialismo envolvente, o discurso desenvolve-se em torno das paisagens, da fauna e da flora do “velho” rio Douro. É este a fonte de inspiração para o convívio com a palavra literária. O entusiasmo contemplativo e imaginativo do autor reflecte-se nos sucessivos jogos linguísticos, semânticos e fonéticos (de notar as diversas coincidências sonoras ou a rima presente em muitos segmentos da obra), no ritmo vivo, por vezes, quase torrencial, que imprime ao relato, nas diversas micronarrativas encaixadas que pontuam o texto e, ainda, nas fortes ressonâncias da literatura tradicional oral, por exemplo, dos travalínguas. A componente pictórica, assinada pelo ilustrador Gémeo Luís, evidencia alguns dos traços recorrentes e singularizantes da expressão visual deste artista. As ilustrações, jogando com o negro e o branco, construindo um espaço visual marcado pelo contraste e criando, até em certos momentos, a ilusão da sombra, abrem outros caminhos de leitura.
Casa da Leitura
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RÊVE
Com ilustração de Gémeo Luís, Eterogémeas, Porto, 2007.
Português + francês.
Rêve é um livro às voltas com o sonho. Escrito em português e em francês, propõe-se como um diálogo entre os dois idiomas, não como uma tradução.
O Natal é um sonho que adormece todos os outros de mansinho:
No Natal "todas as histórias contam o mesmo sonho. O Pai Natal só acredita em nós se nos vê brincar:
se não lhe perguntamos porque é que as suas renas voam sem asas ou caminham sem chão".
Un livre de rêve, rêve qui le lit.
Regarde qui le regarde comme s´il commençait à voir, sans savoir exactement quoi.
Voit qui le voit comme s´il rêvait réveillé.
Défeuille Qui le feuillette comme s´il le faisait à soi même, aidé par le mouvement
de l´air libre que les enfants respirent sans le savoir. Même.
ER
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http://ielt.org/pagina/publicacoes/7?id=65
http://www.casadaleitura.org/portalbeta/bo/portal.pl?pag=sol_la_fichaLivro&id=1077
http://www.tsuru.pt/blog/2008/11/rve-eugnio-roda-texto-gmeo-lus-ilustrao_28.html
SCHHHLEP
Com ilustração de Gémeo Luís, Eterogémeas, Porto, 2006.
A sopa é um dos mais antigos alimentos cozinhados do mundo e faz parte de quase todas as economias alimentares. Por concentrar grande parte do tempo partilhado entre pais e filhos, interpreta um dos principais papéis no filme doméstico. A hora da sopa é um momento fácil ou difícil, silencioso ou muito falado: esta é uma história ensopada na oralidade.
Haverá mil e uma maneiras de comer e fazer comer a sopa. E outras tantas para descobrir cada uma delas: é neste exercício que se pode muito bem abrir o apetite.
– Eu até quero a sopa, a minha boca é que não quer comê-la!
– Então, come-a pelo nariz!
– Mas o meu nariz até se torce de a cheirar...
– Então, come-a pelos olhos!
– Mas eles nem a querem ver...
– Então, come-a pelos ouvidos!
– Mas eles nem querm ouvir falar dela...
– Se eles soubessem o que ela tem para dizer...
O filho pôs-se a mastigar a colher como quem está a pensar e disse com ar brincalhão:
– ... A sopa fala?!
Excerto
Quando a sopa é um problema…
Quando a sopa chega à mesa da mais comum das famílias, isso é frequentemente sinónimo de problemas. È que a hora da sopa é a hora da tortura, a hora da recusa ou da birra. Por mais deliciosa, saudável e nutritiva que a sopa seja, os filhos olham-na com desconfiança, horror mesmo, e os momentos de prazer que a saboreariam transformam-se em intermináveis, com silêncios ou barafustas, com austeras reprimendas ou promessas doces, até com histórias e brincadeiras.
É no campo aberto por estas últimas que «Ssschlep», o mais recente livro da infatigável dupla Eugénio Roda (texto) e Gémeo Luís (imagem), traz um importante contributo para a integração da teoria da sopa no filme da vida doméstica. O desafio é, pois, aliciante e os resultados propostos capazes de… mudar o mundo, que o mesmo é dizer, abrir o apetite para a sopa. Ora pois!
Ensopada em jogos de palavras, a história começa com a cena familiar da sopa a vir para a mesa. Que sopa era nem importa muito, porque é uma sopa que solicita os sentidos.
E a sopa fala, claro.
[...] no tempo em que os vegetais falavam, a sopa era outra conversa, uma conversa animada em que ninguém se lembrava de dizer que não queria comer. Naquele tempo, ninguém ralava a sopa nem se ralava com ela. Mas um dia apareceu a bruxa da varinha mágica com aquele ar de fada e começou a ralar a sopa. Então os vegetais, ralados, deixaram de falar!"
Sem esquecer o resto da conversa, isto é, do jantar, que o tempo é o da (re)descoberta do prazer à mesa, com bocas, narizes, olhos e ouvidos bem abertos para todas as conversas! Porque a teoria da sopa é, em verdade, uma teoria da conversa. E fazer com que não seja só conversa passa por cada um reinventar a hora da sopa com as mil e uma histórias possíveis. Na sessão de lançamento de «Ssschlep», realizada a 18 de Setembro na Cozinha do Cardeal, em Évora (integrada no encontro Representações, organizado pelo IELT e pelo Festival Escrita na Paisagem), em tom de conluio de adultos e à roda de uma sopa da panela, foi isso mesmo que se disse e se provou.
Eugénio Roda (pseudónimo de Emilio Remelhe, a.k.a. Elliot Rain) e Gémeo Luís (nome de arte de Luís Mendonça) são autores de uma boa mancheia de livros em colaboração (recordo O moinho de tempo, O piano de cauda, O quê que quem — Notas de rodapé e corrimão, Desventuras completas I e II, Aventuras domiciliárias I, II e III). O quê que quem obteve o Prémio Nacional de Ilustração 2005. «Ssschlep» é o seu décimo primeiro livro. E abre o apetite!
José Alberto Ferreira, Festival Escrita na Paisagem (excerto)
http://www.eterogemeas.com/
http://obichodoslivros.blogspot.com/2008/09/livros-do-plano-ssschlep.html
http://www.casadaleitura.org/portalbeta/bo/portal.pl?pag=sol_li_fichaLivro&id=944
http://recursoseb1.com/eraumavez/2008/01/13/sschlep-eugenio-roda/ ouvir a história
http://ww1.rtp.pt/doistv/programas/camaraclara/arquivo/061208.htm
http://www.anossaescola.com/rodao/biblioteca_ver.asp?ID=15
ABECÉ DE LAS HISTORIAS
Com ilustração de Gémeo Luís, Eterogémeas, Porto, 2005.
Espanhol.
Sueños, Niños y Compañia
Todas las historias son reales. Se escriben, se leen o se cuentan realmente. Aunque lo que se escribe, se lee o se cuenta haya o no realmente acontecido.
Las letras, el escritor, el ilustrador, el libro, el lector, todos existen de verdad.
Este es un libro para contar todas las historias que se quieran contar: estas y todas aquellas que te invitan a contar. Este es un libro para usar, para hablar con él y a través de él. Es un pequeño almacén, un juego con palabras, un objecto para todas las edades.
Historia: la unica mentira que debe creer-se
Creer: hacer casi todo con casi nada.
Poco: puede ser todos, aunque no sea nada
Texto de apresentação
Seguramente Julio Cortázar, el Julio Cortázar de Rayuela o de “El manuscrito hallado en un bolsillo”, disfrutaría con este juego de Eugénio y Gémeo, tan próximo, con su desenfado y mirada poco convencional, al mejor narrador de historias y de perplejidades que parió Argentina. Y tan próximo también a François Le Lionnais, autor del texto literario más breve que se conoce y que él tituló en 1957 Reducción de un poema a una sola letra: T.
Pero será en la infancia donde mejor colaboración encontrarán tanto el texto de Eugénio Roda para contarse a sí mismo como las ilustraciones de Gémeo Luis para asegurarse una interpretación adecuada, es decir, mágica, pues, como define el lúdico elucidario: magia es “lo que más necesita de nosotros para suceder”, y eso es patrimonio de los niños y de las niñas. También de los niños y niñas grandes, por supuesto, pues, como dice el texto: “este es un libro para usar, para hablar con él. Es un pequeño almacen, un juego de palabras, un objeto para todas las edades. Para leer hablando con toda la familia”. Laus imaginationi.
Anxo Tarrío Varela (excerto)
http://ielt.org/pagina/publicacoes
http://www.gemeoluis.com/editora/ie/trabs/par01.html
O QUÊ QUE QUEM
Com ilustração de Gémeo Luís, Eterogémeas, Porto, 2005.
Português + inglês (1ª edição), italiano (2ª edição), francês (3ªedição).
Imagine que um dia sabia responder a tudo o que perguntamos desde pequenos ou que, pelo contrário, não sabia responder a absolutamente nada: este livro ajuda a evitar esse dia.
… um livro para ser lido por outras palavras. Pelas palavras de todos os que queiram usar da palavra para brincar.
ER
Resultado da parceria entre Eugénio Roda e Gémeo Luís, O Quê Que Quem – notas de rodapé e de corrimão, editado em 2005 pelas Edições Eterogémeas e Prémio Nacional de Ilustração relativo a esse mesmo ano, revela-se uma publicação surpreendente a todos os níveis, desafiando o leitor a várias – e sempre irrepetíveis – leituras. A componente textual, por seu turno, caracteriza-se pela condensação e pela circularidade dos breves textos, reduzidos ao essencial. É evidente a aproximação a um discurso de tipo dicionarístico, que joga com a procura dos significados das palavras e com os seus múltiplos sentidos, como é o caso dos afectivamente subjectivos.
Casa da Leitura
http://www.eterogemeas.com/
http://tempodeteia.blogspot.com:80/2006/01/o-qu-que-quem.html
http://www.bnf.fr/pages/zNavigat/frame/cultpubl.htm?ancre=portail_expo.htm
http://soundofbridges.blogspot.com/2006_12_01_archive.html
http://obichodoslivros.blogspot.com/2008/12/experincia-no-palavra-poema.html
http://lerepreciso3.blogspot.com/2008/02/o-qu-que-quem.html
http://insonias-a-luz-de-velas.blogspot.com/2006_09_01_archive.html
http://talvezpeninsula.blogspot.com/2005_11_01_archive.html
http://www.casadaleitura.org/portalbeta/bo/portal.pl?pag=sol_li_fichaLivro&id=73
http://www.casadaleitura.org/portalbeta/bo/documentos/prat_dizeres_poeta_a_C2.pdf
Com ilustração de Gémeo Luís, Eterogémeas, Porto, 2004.
Como o título deixa adivinhar, a música constitui o tópico em torno do qual ganha forma esta narrativa a três mãos – a que compôs o texto e as outras duas: a mão que segurou o papel e a que fez os recortes, em filigrana. Deste minucioso trabalho de recorte despontam, como por encanto, as admiráveis ilustrações de O Piano de Cauda, livres, esvoaçantes e animadas de movimento, como frases musicais. Ilustrações no limiar da sinestesia, onde se afirma, de novo, a linguagem singular de Gémeo Luís, a um tempo delicada e poderosa, construindo um espaço onde se cruzam memórias do Oriente, ecos diluídos de Chagall e um onirismo de pendor surrealizante que nos faz imergir no sonho. O discurso de Eugénio Roda está, também ele, pejado de referências ao universo da música, mas impõe-se igualmente pelo carácter musical da escrita. Uma escrita que seduz pelo ritmo, aqui e acolá pela rima interna e pelo hábil recurso às suspensões da frase (ou seja a pequenos intervalos de silêncio). Mas que surpreende também pelo jogo linguístico (da homonímia, da homofonia e não só), jogo que desafia a inteligência de quem lê e abre inesperadas possibilidades de sentido. Senão vejamos: o “diapasão” converte-se na unidade de tempo “dia - pasão”; o “sol”, nota musical, é simultaneamente a estrela que aquece e ilumina; e, de súbito, encontramo-nos num mundo cujas criaturas reclamam formas sintéticas, muito peculiares, de caracterização: o “homem pouco - pensador”, o rapaz com “o sorriso dos meninos - à - solta”, o pianista com “os ouvidos, a boca e os olhos na ponta dos dedos”, para não falar do piano de “sorriso sustenido”. Disse bem: o piano, neste ambiente animista típico dos contos infantis, é uma criatura com alma, como quase tudo em O Piano de Cauda – história de que não apetece falar, pois acima de tudo apetece lê-la, primeiro em silêncio, depois em voz alta, ao som de música. É que as boas histórias não existem para ser explicadas, mas sim para ser contadas – como alguns gostam de dizer. E esta possui, além disso, a enorme virtude de nos fazer sorrir.
José António Gomes
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http://mediadores-livros-e-leitores.blogspot.com/2007/11/o-piano-de-cauda.html
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2009 MUNDOS A CÉU ABERTO
Livro agenda com desenhos de 53 ilustradores de diferentes países, Edições Eterogémeas, 2008.
Dois mil e nove é mais um ano que se move. Na rotação dos dias centrifugam-se mundos. Na translação das semanas formam-se nuvens de coisas vivas, matéria para transformar meses a fio: em galáxias difíceis de ver à vista desarmada. Visto de perto, está tudo feito e tudo por fazer. Feito de longe, muito está visto e muito mais por ver: nada que um telescópio não possa resolver. As leis do universo são para cumprir, mas, à luz das estrelas, todos os sonhos continuam legítimos.
ER
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LOK, A ESTRELA CARENTE (Desventuras Completas I)
Com ilustração de Gémeo Luis, Eterogémeas, Porto, 2003.
Lok será um astro, uma ave rara, um bicho do diabo, o próprio, quem sabe? Certo, certo é que Lok, anónimo, virou estrela. Estrela de constelação, estrela carente (como diz ER, muita gente também significa solidão).
Sei que Lok se esconde e brilha no negro das silhuetas desenhadas pela mão gémea do Criador. Em contornos mutantes, ilustrados com palavras agridoces.
Que fazer com esta estrela? E com as demais que a ofuscam e lhe realçam a luz?
-Alimentemo-nos delas em doses q.b.
António Modesto
LOK, O APRENDIZ DE SI PRÓPRIO (Desventuras Completas II)
Com ilustração de Gémeo Luis, Eterogémeas, Porto, 2003.
LOK é um daqueles heróis trágicos que todos conhecemos e que está tão perto de nós que, por vezes, os temos que sacudir não vá dar-se o caso de sermos por eles ocupados.
Paulo Cunha e Silva (excerto)
+
Dialog Login
Com ilustração de Gémeo Luís, Eterogémeas, Porto, 2006. Multilingue.
A Casa (e)terna
Com ilustrações de Gémeo Luís, ed. Casa do Poema
Requiem para um Pseudónimo
Com ilustração de Rui Mendonça, Edições Gémeo, Porto, 2003.
Sonhos de Trazer por Casa (Aventuras Domiciliárias III)
Com ilustração de Gémeo Luis, Eterogémeas, Porto, 2003.
A-Tentados
Com ilustração de Rui Mendonça, Edições Gémeo, Porto, 2003.
Suppermen
Com ilustração de Emílio Remelhe, Edições Gémeo, Porto, 2003.
A História do Senhor Inquilino Caseiro (Aventuras Domiciliárias II)
Com ilustração de Gémeo Luis, Eterogémeas, Porto, 2000.
Uma História Verdadeira Seguida de uma História Real (Aventuras Domiciliárias I)
Com ilustração de Gémeo Luis, Eterogémeas, Porto, 2000.
Grecos e Troianos
Com vários ilustradores, Edição Greca.
Vinagrenalma
Com ilustração de Emílio Remelhe, Edições Gémeo, Porto,1998.
Fosforescência
Com desenho de Cristina Valadas, Edições Gémeo, Porto,1998.
Alquimiar
Com desenho de Cristina Valadas, Edições Gémeo, Porto,1998.
O Moínho de Tempo
Com Ilustrações de Luís Mendonça, Livros do Oriente, Macau, 1997. Português + inglês + chinês.
+
Sem título
In Uma Luz de Papel, com fotografia de Renato Roque, Uma Luz de Papel, Edições Eterogémeas, Porto, 2007.
Macaco de Imitação
Para ilustração de Cristina Valadas, in Animalalaminute, Farol dos Sonhos, Ver P´ra Ler, Câmara Municipal de Cascais, 2006.
Contador de Histórias
Para ilustração de Gémeo Luís, in Animalalaminute, Farol dos Sonhos, Ver P´ra Ler, Câmara Municipal de Cascais, 2006.
Sem título
Texto em catálogo de ilustração de Bernard Jeunet, A Arte na Página, Ver P´ra Ler, Câmara Municipal do Barreiro, 2006.
Sem título
Textos em O Que é um Homem Sexual? de Rita Taborda Duarte e Gémeo Luís, edição Colégio Primeiros Passos, 2004.
Histórias Transliterais Portuguesas
In Gazeta Literária, edição comemorativa do 25 de Abril, AJHLP, 2004.
Toca a Roer
Para ilustração de Alberto Faria, in A Casa dos Sonhos, Fundação Bissaya Barreto, Coimbra, 2003.
Post.all.free
In Instantes, ESAD, Matosinhos, 1999.